segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Fauzi Arap

Eu vou te contar que você não me conhece...
E eu tenho que gritar isso,
porque você está surdo e não me ouve!
A sedução me escraviza à você.
Ao fim de tudo você permanece comigo,
mas preso ao que eu criei...
E não a mim.
E quanto mais falo sobre a verdade inteira,
um abismo maior nos separa.
Você não tem um nome.
Eu tenho.
Você é um rosto na multidão
e eu sou o centro das atenções.
Mas a mentira da aparência do que eu sou
é a mentira da aparência que você é.
Porque eu não sou o meu nome
e você não é ninguém.
O jogo perigoso que pratico aqui,
ele busca chegar ao limite possível de aproximação,
através da aceitação, da distância
e do reconhecimento dela.
Entre eu e você existe a notícia que nos separa.
E eu quero que me veja a mim.
Eu me dispo da notícia.
E a minha nudez parada te denuncia e te espelha.
Eu me delato.
Tu me relatas.
Eu nos acuso.
E confesso por nós.
Assim, me livro das palavras...
Com as quais você me veste.

(texto de Fauzi Arap para Maria Bethânia recitar durante um show,,, uma resposta à imprensa pelas críticas que ela recebia na época)

http://www.youtube.com/watch?v=BDcFa16ZisY&mode=related&search=

Ups & Downs

(ou qdo se volta à estaca zero/repars à zero)


Vela leva a seta tesa
Rema na maré
Rima mira a terça certa
E zera a reza

Zera a reza, meu amor
Canta o pagode do nosso viver
Que a gente pode entre dor e prazer
Pagar pra ver o que pode
E o que não pode ser
A pureza desse amor
Espalha espelhos pelo carnaval
E cada cara e corpo é desigual
Sabe o que é bom e o que é mau
Chão é céu
E é seu e meu
E eu sou quem não morre nunca

Vela leva a seta tesa
Rema na maré
Rima mira a terça certa
E zera a reza

pois é,,,

Não adianta nem me abandonar
Porque mistério sempre há de pintar por aí
Pessoas até muito mais vão lhe amar
Até muito mais difíceis que eu prá você
Que eu, que dois, que dez, que dez milhões, todos iguais
Até que nem tanto esotérico assim
Se eu sou algo incompreensível, meu Deus é mais
Mistério sempre há de pintar por aí
Não adianta nem me abandonar (não adianta não)
Nem ficar tão apaixonada, que nada
Que não sabe nadar
Que morre afogada por mim

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

mundinho paralelo


2

You can haunt any house by yourself
Be a man or a mouse by yourself
You can act like a king on a throne
There are lots of things that you can do alone

But it takes two to tango two to tango
Two to really get the feeling of romance
Two to tango two to tango do the dance of love

You can sail on a ship by yourself
Take a nap or nip by yourself
You can get into debt on your own
There are lots of things that you can do alone

But it takes …………..

You can get very old by yourself
Catch a fish or a cold by yourself
Dig a ditch or strike it rich all by yourself
There are lots of things that you can do alone

But it takes ……

You can fight like a champ by yourself
You can lick any stamp by yourself
You can be very brave on the "i-phone"
There are lots of things that you can do alone

But it takes …………….

It Takes two, I say two
Darling it always takes two
I’m with you

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Quiet nights of quiet stars

Não preciso te ver pra ter qualquer certeza.

Ponto.

Eu sozinha, no dia a dia, muito penso e sinto.
E sinto que cada segundo não foi em vão.
Nunca.

"7 anos" não traduz uma relação temporária.
É e foi uma relação que deu mais que certo.
Dá pra duvidar? Não consigo. Nem tento.

Por mais que tenham existido adversidades,
é um tempo significativo,
que levo mais do que em consideração!
Te amo mais hoje do que quando te conheci.

Te amo hoje e sempre.
Tenho pequenas certezas, sim, na vida.
Embora os meus discursos as omitam.
Você é uma delas.

Nossos olhares despediam as palavras.
Sem aviso prévio.

Muita coisa não foi dita,
porque nem precisava.

O que precisava,
foi conversado.
Conversamos muito,
muito, muito...

Sinto falta do nosso papo.
Mas um dia retomaremos isso
sem essa dor que ronda o momento.

Cresci em 7 anos o que não cresci em 27.
Sei que vc também.
Não foi em vão.
Entenda isso sem precisar me ver...

"Vamos juntas nessa estrada
que leva nenhuma dor."

Da minha vida vc não sai.

Entra de outra forma,
em outro momento.
Que espero, seja em breve.

Que seja leve.
Que seja digno e nosso.
Individual,
duplo,
separado
e intransferível...

te amo

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

DAR AS MÃOS AO VENTO

um dia você vai acordar e sem precisar abrir os olhos vai
perceber
que.
ela sempre soube o mais que você é.
ela ouviu você.
um dia, que pode ser sexta, segunda ou dia 18,
você vai ver que nunca precisaria ter tido medo daquilo que
estava em você.
que as coisas passam, as pessoas, os trens, os trens, os
trens passam e
ninguém precisa parar aonde pode mudar.
porque existe na vida o que nos cabe e o que nos foge,
cuidemos dos amores frágeis, do conforto dos amigos, das
horas à toa.
a leveza em nossos dias é artigo de luxo. aqui não cabe o
despertar espreguiçado
sem hora pra levantar.
parece que é sempre ontem e alguma coisa muito importante
já deveria ter sido feita.

a única coisa que realmente importa é colocar um pé depois
do outro, é reivindicar quando dói
e agradecer ao acordar.

(uma delicadeza da prima...)

sábado, 20 de setembro de 2008

A tempo:



Não dá,

não há,

e vão é o ar

que atravesso.


Embora claras sejam todas as minhas sensações...


Não fui,

nem disse.

Tanto é o mar

que velejo.


(Pablita Gonzales)

sobre meninos e meninas

Existirmos: a que será que se destina?
Pois quando tu me deste a rosa pequenina

Vi que és um homem lindo e que se acaso a sina
Do menino infeliz não se nos ilumina

Tampouco turva-se a lágrima nordestina
Apenas a matéria vida era tão fina

E éramos olharmo-nos intacta retina
A cajuína cristalina em Teresina

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Primavera

V

De que valeria a brandura
se ela não fosse capaz,
inefável e com ternura,
de nos amedrontar?

Ela tanto transcende
toda a violência
que, quando ela avança,
ninguém se defende.

(Rainer Maria Rilke)

Galáxias



que no fim eu reverto
que no fim eu conserto
e para o fim me reservo
e se verá que estou certo
e se verá que tem jeito
e se verá que está feito
que pelo torto fiz direito
que quem faz cesto faz cento
se não guio não lamento
pois o mestre que me ensinou
já não dá ensinamento

(Haroldo de Campos)

inter-dito

(e tb chega de Caetano neste blog...)

talking heads

(nothing)
(but)
(flowers)

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

você

O seu olhar lá fora
O seu olhar no céu
O seu olhar demora
O seu olhar no meu
O seu olhar seu olhar melhora
Melhora o meu
Onde a brasa mora
E devora o breu
Como a chuva molha
O que se escondeu
O seu olhar seu olhar melhora
Melhora o meu
O seu olhar agora
O seu olhar nasceu
O seu olhar me olha
O seu olhar é seu
O seu olhar seu olhar melhora
Melhora o meu

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

que dupla

Um luxo.

Vai saber?

Não vá pensando que determinou

Sobre o que só o amor pode saber

Só porque disse que não me quer

Não quer dizer que não vá querer

Pois tudo o que se sabe do amor

É que ele gosta muito de mudar

E pode aparecer onde ninguém ousaria supor



Só porque disse que de mim não pode gostar

Não quer dizer que não tenha do que duvidar

Pensando bem, pode mesmo

Chegar a se arrepender

E pode ser então que seja tarde demais

Vai saber?



(Adriana Calcanhotto)

ODE DESCONTÍNUA E REMOTA PARA FLAUTA E OBOÉ.

DE ARIANA PARA DIONÍSIO

É bom que seja assim, Dionisio, que não venhas.
Voz e vento apenas
Das coisas do lá fora

E sozinha supor
Que se estivesses dentro

Essa voz importante e esse vento
Das ramagens de fora

Eu jamais ouviria. Atento
Meu ouvido escutaria
O sumo do teu canto. Que não venhas, Dionísio.
Porque é melhor sonhar tua rudeza
E sorver reconquista a cada noite
Pensando: amanhã sim, virá.
E o tempo de amanhã será riqueza:
A cada noite, eu Ariana, preparando
Aroma e corpo. E o verso a cada noite
Se fazendo de tua sábia ausência.

(Hilda Hilst)

o amor acaba

O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova Iorque; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.

(Paulo Mendes Campos)

para Daflin, prima querida

domingo, 14 de setembro de 2008

Gênese da personagem

Quando eu vim pra cá, minha intenção era falar com Antônio. Que Antônio me ouvisse. Mesmo sabendo que Antônio não fosse muito afeito aos assuntos de internet, embora adorasse conversas cifradas. Pensava que talvez descuidado, procurando alguma personagem de romance de cavalaria, na enciclopédia de caráter duvidoso google, pudesse chegar até aqui. Nunca tive notícias. Talvez ele já tenha passado por acaso por aqui, sem se deter. Talvez nunca passe. Imponderáveis...
Para o bem da verdade, só conhecia mesmo aqui a Lara, a Sofia e a Graça. Lara me divertia com suas imagens aleatórias, não queria impressionar ninguém e por isso mesmo, surpreendia. Acho que Lara nem tinha tantos amigos assim, por aqui. Vinha por vir. Para estar. Há tempos não a vejo aqui, acho que foi viajar. Um dia ela volta.
Sofia trabalha aqui, vem todo dia, e como não nos vemos com freqüência, apesar de nos gostarmos muito, aqui podemos dizer - como está tudo? Sofia é romântica e sempre traz poemas e auto-retratos. É bom vê-la e ouvir o que anda lendo-sentindo.
Antes de eu chegar, todos já estavam. Graça também vinha trabalhar e contar as novidades de sua empreitada laboriosa, mas gratificante. Graça não responde os recados. Fala quando quer e quando quer fala com amor. Graça merece ser feliz. Por isso eu torço.
Soube também que Pedro andava por essas bandas, talvez porque quisesse conversar com Liz ( Liz sabe das coisas, em profundo e secreto-místico), talvez Pedro não quisesse só falar com Liz, mas com outros que não conheço. Nunca tive coragem de me apresentar, embora sejamos amigos fora daqui. Os sentimentos de Pedro são radicais. Gosto dele.
Aos poucos fui tentando convencer outras pessoas a virem pra cá comungar comigo. Falhei nas duas tentativas. Ana, que está já bem acomodada em outro sítio, muito bonito por sinal, veio, vestiu uns óculos de sol e nunca mais voltou. Mariana também, uma vez tendo dado as caras, deixou um por-do-sol vagando nesse universo e simplesmente esqueceu a senha para voltar.
Thiago e Daniel foram uma surpresa boa de encontro. Aparecem esporadicamente, falam comigo. Pensamos parecido, estamos na resistência. Por aqui, sei que estão trilhando seu caminho e torço. Gosto de torcer por quem eu gosto.
Eu não sei desde quando Gabriel e Luana estão. Um dia quando eu ainda era outra, Gabriel falou gentilmente comigo e eu respondi, acredito que começou ali uma espécie de amizade. Foi quando de repente, já não compreendia o que ele falava, o que ninguém falava. Estive bem doente, fui-me embora, perdi aquele nome, aquele lugar. Daí, vim ser esta e uma vez aqui novamente, pude ver Luana ao longe, a namorada muito bonita de Gabriel, que parece ser uma moça forte e sensível. Mas o que aconteceu é que comecei a falar sozinha e algumas vezes, pensava que Gabriel pensava que eu estava falando com ele. Eu não estava. Estava falando com Antônio, com a possibilidade de Antônio me ouvir. Tudo ficou confuso.
Não sei porque ainda estou aqui. Sou aquela que sabe bem poucas coisas nessa vida. Sei que gosto de vir, de ver as pessoas, de ser para poucos. Se alguma imagem que escolho ou frase que penso ou copio puder tocar em alguém será bom. Ou então, que eu possa ao menos lapidar meu diálogo comigo mesma.
Hoje não sei mais, se gostaria de saber, caso Antônio acidentalmente passasse por aqui. Hoje não sei mais o nome de Antônio, seu rosto, desconheço. Não sei nem ao menos, se ainda falo com Antônio ou se Antônio se transformou em mim. Se fiz dele uma coisa minha sem correspondência com a realidade. Antônio é uma voz que soa ao longe, mas que não dói mais. Sua voz eu lembro, mas por aqui, as vozes nunca chegam.

(texto de uma amiga, que prefere ficar anônima, a respeito das relações e coexistências virtuais)

ps: e ela me disse que a Lara sou eu, lá no fotolog...

sábado, 13 de setembro de 2008

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

not yet

Torquato Neto

Você me chama

Eu quero ir pro cinema

Você reclama

Meu coração não contenta

Você me ama

Mas de repente

A madrugada mudou

E certamente

Aquele trem já passou

Se passou, passou

Daqui pra melhor

Foi!...

Só quero saber

Do que pode dar certo

Não tenho tempo a perder

Só quero saber

Do que pode dar certo

Não tenho tempo a perder...

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Os tais signos amorosos...

"É possível que a amizade se nutra de observação e de conversa, mas o amor nasce e se alimenta de interpretação silenciosa. O ser amado aparece como um signo, uma "alma": exprime um mundo possível, desconhecido de nós. O amado implica, envolve, aprisiona um mundo, que é preciso decifrar, isto é, interpretar. Trata-se mesmo de uma pluralidade de mundos; o pluralismo do amor não diz respeito apenas à multiplicidade dos seres amados, mas também à multiplicidade das almas ou dos mundos contidos em cada um deles. Amar é procurar explicar, desenvolver esses mundos desconhecidos que permanecem envolvidos no amado. É por essa razão que é tão comum nos apaixonarmos por mulheres que não são do nosso "mundo" (...)"

(Deleuze, sobre os signos amorosos de Proust)

Bruta Flor




"(...)

Mas a vida é real de de viés
E vê só que cilada o amor me armou
Eu te quero (e não queres) como sou
Não te quero (e não queres) como és

(...)

O quereres e o estares sempre a fim
Do que em mim é de mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente pessoal
E eu querendo querer-te sem ter fim
E querendo-te aprender o total
Do querer que há e do que não há em mim."
(Caetano)

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Sem palavras...





...já foram todas pronunciadas em cima do palco esta noite.


terça-feira, 9 de setembro de 2008

tempotempotempotempotempo

uma puta descrição musical...

...com um puta ator pra encenar: F. Murray Abraham...

(Amadeus, de Peter Shaffer, direção de Milos Forman)

sábado, 6 de setembro de 2008

misses & kisses

O que é o amor senão tudo?
Um simples resultado?
Vários sentimentos agregados?
O que é o tesão senão mudo?
Não se explica,,,
as sensações que o corpo indica.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Realidade Fantástica


(ou como tudo pode ser coisa da nossa cabeça...)

eRoS e PSiQuê

Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.

Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.

A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.

Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.

Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.

E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora.

E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra a hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.

(e chega de Fernando Pessoa nesse blog...)


quarta-feira, 3 de setembro de 2008

The Flower Duet

(Lakmé - Léo Delibes)

Love It

Versão melhor que a original... e muito.