Eu vou te contar que você não me conhece...
E eu tenho que gritar isso,
porque você está surdo e não me ouve!
A sedução me escraviza à você.
Ao fim de tudo você permanece comigo,
mas preso ao que eu criei...
E não a mim.
E quanto mais falo sobre a verdade inteira,
um abismo maior nos separa.
Você não tem um nome.
Eu tenho.
Você é um rosto na multidão
e eu sou o centro das atenções.
Mas a mentira da aparência do que eu sou
é a mentira da aparência que você é.
Porque eu não sou o meu nome
e você não é ninguém.
O jogo perigoso que pratico aqui,
ele busca chegar ao limite possível de aproximação,
através da aceitação, da distância
e do reconhecimento dela.
Entre eu e você existe a notícia que nos separa.
E eu quero que me veja a mim.
Eu me dispo da notícia.
E a minha nudez parada te denuncia e te espelha.
Eu me delato.
Tu me relatas.
Eu nos acuso.
E confesso por nós.
Assim, me livro das palavras...
Com as quais você me veste.
(texto de Fauzi Arap para Maria Bethânia recitar durante um show,,, uma resposta à imprensa pelas críticas que ela recebia na época)
http://www.youtube.com/watch?v=BDcFa16ZisY&mode=related&search=
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
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